Quem é o Psicopata?
“Uma noite, um velho
índio falou ao seu neto sobre o combate que acontece dentro das pessoas.
Ele disse:
– A batalha é entre os dois lobos que vivem dentro de todos nós. Um é Mau. O outro é Bom.
Ele disse:
– A batalha é entre os dois lobos que vivem dentro de todos nós. Um é Mau. O outro é Bom.
O neto pensou nessa
luta e perguntou ao avô:
– Qual lobo vence?
O velho índio respondeu:
– Aquele que você alimenta!”
– Qual lobo vence?
O velho índio respondeu:
– Aquele que você alimenta!”
Um homem ou
uma mulher, muito inteligente, e muito bem sucedido (a), sedutor (a) e
manipulativo (a), que consegue o que quer sem culpa e nem pena de passar por
cima do outro. Pode ser cruel e matar se preciso for para alcançar seus
objetivos. Matar pode ser inclusive o objetivo. Mas não só os assassinos são
psicopatas, muitos nem chegam a matar e
estão circulando entre nós. Muito comum achá-los em grandes empresas e na
política. Segundo Guggenbuhl-Craig, analista junguiano, “O psicopata pode ser
mais bem sucedido que os normais porque não está preso em neuroses e culpas”.
Numa
entrevista de emprego, cativa, demonstrando segurança e charme. Já empregado,
associa-se a pessoas influentes como meio de conseguir ascensão profissional.
Disfarçados de amigos, podem semear desconfiança falando mal de pessoas,
fazendo intrigas com habilidade e requinte. Descartam pessoas comose fosse uma
coisa, caso este não sirva mais para seus intentos. Já numa posição mais
elevada, exploram pessoas humilhando-as, desde que se mantenham no poder, podem
se utilizar de meios perigosos e ardilosos.
Psicopatia ou
Transtorno de Personalidade Antissocial, segundo o CID_10 (código internacional
de doenças, código da OMS atualizado), é agrupado na classificação da
Personalidade Dissocial, que inclui transtorno de personalidade amoral, anti-social, associal, psicopática e
sócio-pática. Dentre os principais sintomas estão: o desprezo por normas
sociais, baixa tolerância à frustração, baixo limiar de descarga da
agressividade, racionalização para culpar outros e se justificar perante sucessivos conflitos com a sociedade. Os
limites e regras são mal tolerados.
Sua grande
capacidade de sedução passa por dizer o que é conveniente, podendo se tornar a
pessoa que o outro gostaria que ele fosse. Mente, sem ter consciência da
mentira, pois para ele verdade é o que ele fala. Muito charmoso e impulsivo,
porém com emoções superficiais, mas podem dar um show de drama se for preciso,
sem conexão real com o sentimento. Podem até incitar pena como forma de manipulação. Não aprendem com
punições pois não se sentem culpados e nem merecedores de castigo. Não tem
compaixão e nem tem capacidade de amar. Sem problemas com a sexualidade estão
sempre disponíveis e com ótimo desempenho sexual, porém não se conectam
afetivamente com ninguém. Confundem excitação sexual com amor. Podem ser
sádicos e agressivos no ato sexual se encontram pessoas masoquistas. Quem se
relaciona intimamente com um psicopata, está no fundo evitando o amor.
A psicopatia
não tem causa e nem tem cura, não adianta querer salvar ou ajudar um psicopata.
Ele está completamente só. Uma criança
que fora violentada ou abusada sexualmente muito nova pode desenvolver uma neurose
grave ou psicose, a psicopatia não é desenvolvida, o sujeito nasce assim e não
tem jeito. É mesmo uma tragédia! Alguns psicopatas podem até cometer suicídio
devido a tanta falta de sentido para a vida
Todos nós
temos todas as patologias dentro de nós, nem que seja um pequeno traço. E cada um tem um lado psicopata, uns mais,
outros menos. Não precisa ser um Serial
Killer para se dar conta da psicopatia interior. É preciso olhar para este
lado que ri quando o outro cai, que se aproveita da infelicidade do outro, que
conta vantagem ou que é incapaz de ter empatia passando por cima do outro. A
incapacidade de ver o outro em suas necessidades, desejos ou medos e de usá-lo
para benefício próprio é um traço psicopático. Tentar aniquiliar este lado é
quase inútil, a inconsciência é o maior perigo. Dar-se conta deste lado sombrio
é tê-lo nas mãos e não se deixar ser pega de surpresa por ele.
Pode-se
compensar a psicopatia através de seu oposto: um moralismo exagerado e rígido,
uma atenção compulsiva ao dever e à ordem. Quando um discurso parecer
partidário demais, cuidado! Pode
esconder uma psicopatia.
Um psicopata
clássico não tem cura mas nossos traços psicopáticos podem ser contornados.
Aprendemos sobre ética e moralidade na infância quando fazemos algo errado e
algum adulto vem chamar a atenção, e um sentimento de vergonha toma conta. Daí
começa a se formar um valor ético em nossas vidas. A falta de amor e falta de
moralidade existem nessa cultura psicopática em que vivemos. De que forma
contribuímos para isso quando toleramos não sermos tratados com respeito? Ou
quando toleramos ou fazemos pequenas transgressões sociais.
Para existir
um vilão, é necessário uma vítima. E para sair do lugar de vítima, entrar no da
responsabilidade pelos atos como sujeitos ativos e criadores de realidades, com
consciência do que estamos nutrindo em nossas vidas. Olhe ao redor e ao invés
de reclamar, perceba que pequeno gesto ou atitude pode ser feito que poderá
provocar e inspirar mudanças. Que possamos alimentar mais o amor, a
solidariedade e sensibilidade humanas!
Sílvia Rocha –
Psicóloga (CRP:05/21756), Especialista em Psicologia Analítica Junguiana,
Arteterapeuta, Consteladora Familiar Sistêmica
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