Saúde e doença - Dois
polos do Ser
Diário de Teresópolis, 08 de maio de 2014
“Você não pode curar o
que não pode sentir”- C.G. Jung
A
maioria das pessoas quando fica doente luta para exterminar a doença como se
ela fosse um mal a ser combatido. É o pensamento cartesiano que separa sujeito
do objeto e o corpo da mente. Daí o corpo vira uma máquina que precisa de
conserto a cada vez que dá defeito. É claro que ninguém quer ficar doente e ao
ficarmos, queremos retornar à saúde o mais breve possível. Mas sem
compreendermos o que a doença veio trazer é possível que nova doença aconteça
no futuro. Cada doença, dor ou mal estar é um correio do corpo. Compreender
isso é a chave para a Saúde Integral. Então que tal parar para refletir o que
precisa ser integrado quando uma doença acontece?
Doenças
e mal estares são somatizações, isto é, a manifestação de algo psicológico no
corpo. O sistema imunológico produz uma
queda em suas imuno-defesas devido a estress, conflitos, tristezas, auto-estima
baixa. Dependendo do órgão ou parte do corpo pode estar relacionado a um tipo
específico de emoção que não fora expressa.
É comum surgir dor de garganta quando engolimos sapo, dor de cabeça
quando há excesso de preocupação, gripe ou rinite alérgica quando a tristeza
não foi expressa - é um choro pelo nariz já que o olho se negou a chorar.
Doenças de pele aparecem quando há irritações nas relações. Há variações, as somatizações são pessoais e
cada um tem uma forma bem única de manifestar.
Em culturas mais ligadas à
natureza, os ciclos do corpo são mais respeitados. As pausas, os descansos são
bem usufruídos, assim como a terra precisa descansar entre uma colheita e
outra. Em nossa cultura ocidental os resultados são cobrados, atropelando o
ritmo natural e orgânico, fazendo com que um pé seja torcido ou quebrado para
se dar o tempo e ter uma desculpa de ficar parado. Esses processos ocorrem de
forma inconsciente, e se pode observar a sabedoria do Ser em criar uma doença
para que auto-regulação se dê.
Nessa visão mais holística, a
doença pode ser um caminho para o auto-conhecimento e iluminação. Antes vista como inimiga, pode ser vista
agora como parceira, amiga que tem sempre uma razão de existir. Ao meditarmos
podemos descobrir suas intenções positivas, dando voz ao que fora silenciado.
Qual mensagem que chega através dessa dor? Uma vez que ficamos de acordo com
essa mensagem podemos mudar nosso comportamento para que não precisemos mais da
doença para seguirmos em harmonia.
Ficar atento às emoções é muito
indicado. Raiva, tristeza, medo quando não expressos adequadamente causam
desequilíbrio. Doenças ligados ao estômago também falam de raivas não
expressas. O que a boca não pôde morder, contraiu-se no estômago. Também
fala-se do aspecto somático do câncer, ser ressentimento guardado durante anos.
Até mesmo a alegria exacerbada pode virar doença se os limites corporais não
foram respeitados. Assim como o dia e a noite, o coração na sístole e diástole,
nosso corpo e mente precisam de ação e repouso. É uma boa perguntar-se, o que
está demais em sua vida ou de menos. Como estão as medidas das áreas de sua
vida: trabalho – lazer – família – finanças – saúde – relacionamento - amigos
No olhar sistêmico, a doença pode
aparecer como uma homenagem inconsciente à família que sempre adoeceu. Como,
por exemplo, manter-se são numa família onde todos morrem de câncer? Existe um
sentimento de lealdade, um amor cego que faz repetir padrões doentios. O amor
que liberta olha para os destinos familiares com respeito, homenageando os
ancestrais e sentindo-se pertencendo de forma mais madura, e não com um vínculo
infantil de repetição.
Doenças são algo que criamos e
assim sendo também podemos “descriá-las”. Uma vez já sabido seu motivo de
aparecimento, podemos negociar com o próprio corpo, que teremos mais descanso
por exemplo, para a doença ir embora. Algumas vezes é o caso de perdoar ou se
perdoar, chorar uma perda ou se tratar
com mais respeito. Tem pessoas que preferem morrer de orgulho do que perdoar e
se humildar como todo humano.
Identificada a intenção positiva
da doença, feita a negociação do comportamento, o último passo pode ser técnicas
de visualização que fortalecem a cura. Imagens e palavras são responsáveis por
processos criativos. Toda doença tem uma imagem, transformar essa imagem
convida à cura. Métodos como os dos Simonton e de Gerald Epstein são
comprovados cientificamente dentro de uma visão mais quântica de mundo.
A concepção de doença para a
Medicina Chinesa é de bloqueio de energia, uma resistência perante o fluxo
natural da vida. Tudo o que possa fazer retomar este estado natural de amor e
harmonia é bem vindo. Lembrando que a harmonia é fruto de um equilíbrio
dinâmico sempre em movimento.
Sílvia Rocha
Parabéns Silvia ! nossa adorei! pois eu faço um pouco disso quando alguma coisa me acontece, eu procuro entender o por que, e sempre encontro as respostas!
ResponderExcluirmais uma vez parabéns!! vc é uma pessoa no meu ponto de vista, mt sábia!!
Obrigada Mariana, somos! :)
ResponderExcluir