quinta-feira, 8 de maio de 2014

Saúde e Doença - Dois Polos do Ser


Saúde e doença - Dois polos do Ser
Diário de Teresópolis, 08 de maio de 2014
“Você não pode curar o que não pode sentir”- C.G. Jung

                A maioria das pessoas quando fica doente luta para exterminar a doença como se ela fosse um mal a ser combatido. É o pensamento cartesiano que separa sujeito do objeto e o corpo da mente. Daí o corpo vira uma máquina que precisa de conserto a cada vez que dá defeito. É claro que ninguém quer ficar doente e ao ficarmos, queremos retornar à saúde o mais breve possível. Mas sem compreendermos o que a doença veio trazer é possível que nova doença aconteça no futuro. Cada doença, dor ou mal estar é um correio do corpo. Compreender isso é a chave para a Saúde Integral. Então que tal parar para refletir o que precisa ser integrado quando uma doença acontece?

                Doenças e mal estares são somatizações, isto é, a manifestação de algo psicológico no corpo.  O sistema imunológico produz uma queda em suas imuno-defesas devido a estress, conflitos, tristezas, auto-estima baixa. Dependendo do órgão ou parte do corpo pode estar relacionado a um tipo específico de emoção que não fora expressa.  É comum surgir dor de garganta quando engolimos sapo, dor de cabeça quando há excesso de preocupação, gripe ou rinite alérgica quando a tristeza não foi expressa - é um choro pelo nariz já que o olho se negou a chorar. Doenças de pele aparecem quando há irritações nas relações.  Há variações, as somatizações são pessoais e cada um tem uma forma bem única de manifestar.

Em culturas mais ligadas à natureza, os ciclos do corpo são mais respeitados. As pausas, os descansos são bem usufruídos, assim como a terra precisa descansar entre uma colheita e outra. Em nossa cultura ocidental os resultados são cobrados, atropelando o ritmo natural e orgânico, fazendo com que um pé seja torcido ou quebrado para se dar o tempo e ter uma desculpa de ficar parado. Esses processos ocorrem de forma inconsciente, e se pode observar a sabedoria do Ser em criar uma doença para que auto-regulação se dê.

Nessa visão mais holística, a doença pode ser um caminho para o auto-conhecimento e iluminação.  Antes vista como inimiga, pode ser vista agora como parceira, amiga que tem sempre uma razão de existir. Ao meditarmos podemos descobrir suas intenções positivas, dando voz ao que fora silenciado. Qual mensagem que chega através dessa dor? Uma vez que ficamos de acordo com essa mensagem podemos mudar nosso comportamento para que não precisemos mais da doença para seguirmos em harmonia.

Ficar atento às emoções é muito indicado. Raiva, tristeza, medo quando não expressos adequadamente causam desequilíbrio. Doenças ligados ao estômago também falam de raivas não expressas. O que a boca não pôde morder, contraiu-se no estômago. Também fala-se do aspecto somático do câncer, ser ressentimento guardado durante anos. Até mesmo a alegria exacerbada pode virar doença se os limites corporais não foram respeitados. Assim como o dia e a noite, o coração na sístole e diástole, nosso corpo e mente precisam de ação e repouso. É uma boa perguntar-se, o que está demais em sua vida ou de menos. Como estão as medidas das áreas de sua vida: trabalho – lazer – família – finanças – saúde – relacionamento - amigos

No olhar sistêmico, a doença pode aparecer como uma homenagem inconsciente à família que sempre adoeceu. Como, por exemplo, manter-se são numa família onde todos morrem de câncer? Existe um sentimento de lealdade, um amor cego que faz repetir padrões doentios. O amor que liberta olha para os destinos familiares com respeito, homenageando os ancestrais e sentindo-se pertencendo de forma mais madura, e não com um vínculo infantil de repetição. 

Doenças são algo que criamos e assim sendo também podemos “descriá-las”. Uma vez já sabido seu motivo de aparecimento, podemos negociar com o próprio corpo, que teremos mais descanso por exemplo, para a doença ir embora. Algumas vezes é o caso de perdoar ou se perdoar,  chorar uma perda ou se tratar com mais respeito. Tem pessoas que preferem morrer de orgulho do que perdoar e se humildar como todo humano.

Identificada a intenção positiva da doença, feita a negociação do comportamento, o último passo pode ser técnicas de visualização que fortalecem a cura. Imagens e palavras são responsáveis por processos criativos. Toda doença tem uma imagem, transformar essa imagem convida à cura. Métodos como os dos Simonton e de Gerald Epstein são comprovados cientificamente dentro de uma visão mais quântica de mundo.

A concepção de doença para a Medicina Chinesa é de bloqueio de energia, uma resistência perante o fluxo natural da vida. Tudo o que possa fazer retomar este estado natural de amor e harmonia é bem vindo. Lembrando que a harmonia é fruto de um equilíbrio dinâmico sempre em  movimento.
Sílvia Rocha

 

2 comentários:

  1. Parabéns Silvia ! nossa adorei! pois eu faço um pouco disso quando alguma coisa me acontece, eu procuro entender o por que, e sempre encontro as respostas!
    mais uma vez parabéns!! vc é uma pessoa no meu ponto de vista, mt sábia!!

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