sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Os 4 Compromissos


Os 4 Compromissos

“A vida é o sonho que sonhamos.”- Sabedoria Tolteca

“Não há razão para sofrer, a única razão é porque você escolhe, se observar sua vida, encontrará muitas desculpas para sofrer, mas nenhuma razão válida. O mesmo se aplica a felicidade, a única razão para ser feliz, é porque você decide ser feliz. A felicidade é uma escolha, assim como também é o sofrimento.” – Don Miguel Ruiz

Final de ano, fechamento de ciclo, festas, família, presentes, consumo, comidas, correria, stress, celebrações, amigo-oculto. São tantos compromissos que o que era para ser celebrado, algumas vezes pode se tornar um stress.  É muito importante tomar consciência de onde se está colocando a energia. Pensar gasta energia. Emoções também, principalmente se vêm com uma dose extra de drama. Correr para um lado e para outro, acelerando o ritmo para dar conta de tudo, nem se fala!

Fazer as coisas mecanicamente é que precisa ser avaliado. Estar  mecânico é fazer as coisas feito um robô. Fazer sempre as mesmas coisas, ou da mesma forma, sem nem se lembrar o sentido de estar fazendo. Isso pode trazer um vazio. Falta de significado que pode levar à desmotivação. A vida precisa ter um sentido para ser colorida. Se não vira uma eterna obrigação.

Também desperdiçamos energia nas promessas que fazemos, principalmente as não cumpridas. É como se deixássemos um pedaço de nós com outra pessoa e nunca mais fossemos buscar. Pode parecer bobagem, mas se a palavra conduz uma energia, uma promessa tem uma carga de energia muito grande, pois o outro fica na expectativa. Um exemplo simples é quando entramos numa loja, olhamos tudo, não compramos nada e falamos para o vendedor: “depois eu volto”. Se não existe essa intenção de voltar, é como se você tivesse deixado lá uma parte sua, uma promessa, um compromisso. Isto pode gerar um gasto de energia.

As palavras tem muito mais força do que podemos imaginar, pois criam estados emocionais em nós e no outro. Criam vínculos, podem aproximar pessoas ou afastá-las. Então imagine quantos fios foram deixados por palavras que não se cumpriram. Uma boa meditação de fim de ano, é recolher esses fios de promessas e compromissos que não tiveram um fechamento, para entrar o ano zerado, disponível para o novo. Lembrar onde possivelmente você deixou uma parte sua, com alguém ou alguma situação e imaginar que estão sendo recolhidas. Se preciso for e você sentir, peça perdão ou agradeça. Essa é uma forma de se liberar.

Na filosofia Tolteca, civilização que viveu há mais de três mil anos no México, acreditavam que a vida é um sonho. Uma criação num ambiente material feito de luz e energia. Existe um sonho coletivo que é criado pelo conjunto de sonhos individuais. E que o sonho vivido no presente é fruto do sonho vivenciado pelos ancestrais. Criamos quando pensamos, e de acordo com valores e crenças. Essas vão motivar uma forma de agir, tornando real o que antes era interno.

Acontece que dentro de nós existem conflitos, muitas vezes gerado pelo medo. Julgamos e punimos os outros e também a nós mesmos. O ódio por alguém, o faz ficar vinculado ainda mais a essa pessoa e faz também coisas negativas acontecerem. Quanto mais rápido nos livrarmos de ódio, medo, culpas, julgamentos, mais rapidamente poderemos elevar nossos pensamentos para criar a realidade que realmente queremos. Medo drena energia assim como também a culpa. O amor a mantém e a expande, além de trazer relaxamento. Os sábios toltecas ensinavam que se economiza muita energia aceitando o próximo e a si mesmo.

Podemos criar nosso inferno assim como o paraíso, tendo consciência de como estamos canalizando nossa energia. Segundo Don Miguel Ruiz, em seu livro “Os quatro compromissos, da filosofia Tolteca”, se mantivermos o foco em quatro compromissos sagrados, podemos alternar um sistema de crenças e valores que pode transformar o inferno em paraíso.

São eles:

1.      A impecabilidade da palavra – Ser impecável com a palavra significa ser verdadeiro. Falar a verdade ou o que se acredita que é o certo. Ser sincero é ser fiel a si mesmo. Falar a verdade e empregar corretamente as palavras, traz limpeza e equilíbrio. Mentir para si mesmo pode causar danos incalculáveis até mesmo de saúde. A verdade abre caminhos, constrói confiança e fortalece vínculos.

2.      Não leve nada para o pessoal – Comentários maliciosos, ofensas mesmo que dirigidas a você não devem receber importância. Se você valorizar você irá assimilá-lo como uma verdade. As pessoas emitem opiniões baseados em suas próprias crenças. Vivem um sonho diferente do seu, e o que fazem é projetar no outro o que se passa em seu mundo interno. Pessoas agressivas vivem no medo. Ser verdadeiro e compassivo e manter seu estado de amor, vai fazer com que essa projeção volte para a pessoa que a emitiu. A todo momento, recebemos convites para sair do paraíso e ir para o inferno, do amor ao medo. Se tivermos valores e condutas firmes, é possível não cair e ainda ajudar pelo exemplo, aqueles que estão precisando.

3.         Não tire conclusões – O conhecimento não tem fim, podemos sempre agregar novas idéias e aprender sempre mais. Tirar conclusões precipitadas ou erradas nos fazem julgar e culpar uns aos outros. Essas reações causam um veneno emocional e um desgaste de energia. Perguntar até ter um esclarecimento completo sobre o assunto é o ideal. Podemos concluir e justificar baseado em conhecimentos prévios, modelos mentais, ou seja, fechamos o assunto por nossa conta, sem checar o que realmente se queria dizer. Pergunte e esclareça.

4.      Dê sempre o melhor de si – Em tudo o que você fizer, faça o melhor que você pode. Colocando em prática os três primeiros, você consegue dar o melhor de si. E dando o melhor de si, consegue colocar em prática os três primeiros. Todos os seres humanos merecem ser felizes, ainda estamos enredados num mundo de ilusão, onde acreditamos ser vítimas. Temos muito mais poder pessoal do que acreditamos. Ter um propósito de vida, sentir merecedor, expressar quem você é de forma autêntica é um caminho para a realização. Podemos ser nosso pior algoz, mas também podemos estar em paz com nossa consciência e aceitar o fluir da vida que sonhamos.

Boas Festas!

Sílvia Rocha

Psicóloga Transpessoal Junguiana, Arteterapeuta, Consteladora familiar sistêmica.

CRP: 05/21756


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