sexta-feira, 1 de maio de 2009

Amores Errados

“Amores errados” – Por que insistimos neles?

Podemos definir a expressão aqui usada “amores errados”, como aqueles relacionamentos que trazem mais dor do que bem estar. Não existe erro no amor. Aliás, certo e errado são referenciais que não combinam com seres humanos, pois não somos tão exatos quanto a matemática. O que existe é o que é bom e o que não é bom para você.
Percepção limitada - É muito comum ouvir de mulheres a fiel frase que para muitas a acompanham a anos: “Homem não presta” “São todos iguais”. Transparecendo em seus rostos o fruto de dores de desilusão, frustração de relacionamentos equivocados, acham que atingiram a sabedoria do milênio e continuam a repetir: Os homens são uns fracos, são insensíveis, egoístas. Falam para suas filhas, suas netas, suas amigas. E estas que com certeza já viveram ou vão viver algum momento de desencontro, vão acabar encaixando e concordando. E esta “verdade” vai se propagando. Os homens também não escapam e afirmam que “mulher é tudo igual” e perdem o valor da troca de saborear as diferenças que existem entre seres humanos, entre os sexos.
Ampliação da consciência – Estes tipos de generalização são irreais, já que o universo é tão grande e não se pode conhecer todos os homens ou todas as mulheres da face da Terra. Estas afirmações só fazem limitar a capacidade de percepção da própria pessoa, afunilando a visão de mundo. Faz a mulher ainda encontrar, o tipo de homem que ela acredita existir e o homem, só mudar de endereço para os seus relacionamentos. E cada vez mais confirmam aquilo que acreditam: “Está vendo, eu sabia!!!” Isto se chama profecia auto-realizadora. Poucos sabem que temos o poder de criar nossa realidade através de nossas crenças. Vamos buscar no mundo exatamente aquilo que acreditamos. Como vamos encontrar algo, que julgamos não ser possível? Como vamos encontrar algo que não procuramos? Poderá passar de baixo de nossos olhos e não veremos, pois simplesmente não estamos preparados para ver.
Viciados na dor – Como dizia a cantora: “Meu namorado é um sujeito ocupado não manda notícias nem dá um sinal, eu ando meio com medo que um dia ainda ache a tristeza normal.” Estamos mestres em dramas que nada tem a ver com amor. A resposta a pergunta de cima (Por que insistimos em amores errados?) é simples - Porque precisamos deles. Ganhos ocultos que satisfazem alguma necessidade. A repetição, é oportunidade que temos para elaborar a questão que ainda está em aberto, que ainda não fora resolvido. Portanto enquanto não aprendermos a lição, repetiremos de ano. Há aquelas pessoas que mudam de parceiro e os problemas continuam, o mais simples e rápido é colocar a culpa no outro. Mudam o externo, mas não se mudam, não se olham. E seguem repetindo seus “destinos” que acreditam ter.
A repetição - Quando não resolvemos bem, carências criadas na infância em relação a pai e a mãe, os nossos “escolhidos”, serão aqueles que nos ajudarão nesta empreitada. Se tivemos uma sensação de abandono, rejeição, medo ou desconfiança por exemplo, é possível que busquemos pessoas que nos convidem a nos sentir assim, novamente. Foi o padrão de relação que aprendemos, como fazer diferente, se não sabemos? É preciso curar esta chaga para sair desta compulsão de repetição e ter liberdade para criar a vida que se quer ter. Enquanto estamos presos a padrões, não somos livres para criar.
Dependência emocional - Para algumas pessoas, a carência é tão mais forte do que a capacidade de auto-preservação que aceitam passar por situações de risco, humilhação e até de crueldade em prol da relação. Aviso importante: Neste caso, há um comprometimento emocional sério em que ajuda de fora, principalmente de um profissional capacitado se faz necessário. É raro ver um dependente emocional deste nível sair desta situação sozinho. Ele precisa muito de ajuda.
Amor não dói - É tempo de abrirmos mais o coração e nos preenchermos mais com nossa própria capacidade de amar. Amor rima com liberdade, amor rima com felicidade, amor rima com aceitação. Amor não rima com controle, amor não rima com competição, amor não rima com dor. Controle, competição e dor são vinculados ao medo. Onde há medo não há amor, onde há amor não há medo. Amor é mais do que uma sensação gostosa, mais do que suprir carências ou se sentir importante para alguém. É uma forma muito pessoal de se sentir pleno.
O caminho da escassez– Você não pode dar aquilo que você não tem. Aprendemos a fazer um caminho mais complicado: Amamos o outro para que o outro nos ame de volta. E ficamos nesta angústia, à expectativa, na dependência do que o outro vai fazer agora. Se receber menos ou diferente do que você considera amor, você vai cobrar do outro, vai controlar, vai manipular para que sua solicitação seja atendida. E neste caminho, vai começar o stress nas relações. Ao invés de dar amor ao outro, você vai passar a dar suas inseguranças e carências muitas vezes disfarçadas em comportamentos autoritários ou de ciúmes.
O caminho do coração - Mudar de direção e de foco: ao invés de para fora e para o outro, olhe para dentro e para si mesmo – pode ser uma pequena mudança de atitude que se transformará em grande mudança de padrão. O amor que você procura já está em seu coração. Olhe para dentro. Escute seu coração. Respire, sinta, acolha. Esvazie sua mente, medite. Entre em comunhão com o cosmos, exercite a sua espiritualidade. Ligue-se a uma fonte abundante de amor que está disponível a todos. Crie intimidade com seu amor-próprio.
O coração é autêntico e não precisa de defesas. Seu maior recurso é a verdade e a transparência. Quando há corações abertos e confiantes é possível ser abençoado pelo encontro de dois seres inteiros e em total harmonia que se entrelaçam em comunhão fisica-emocional-espiritual. Nossos relacionamentos são espelhos. A velha frase: “Me diga com quem andas que eu te direi quem tu és” – é sábia. Cada relacionamento é uma oportunidade de você escolher quem você quer ser.
Cuidando de seu espaço interno sagrado, podemos nos ajudar, quando estamos engendrados num comportamento repetitivo de relacionamento que sempre nos leva a nos machucar. Assumindo seu poder e responsabilidade a situação se transforma: De vítima das situações e dos outros, você passa a ser dono da sua história e sem esforço algum, o seu amor possível e certo para você, aparece.
Precisamos afinar nosso instrumento para tocar a mais bela das canções na vida que desejamos e merecemos ter.
Sílvia Rocha (fevereiro de 2002)

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