sábado, 2 de maio de 2009

CORPO - A Casa da Alma

CORPO
A Casa da Alma

“Só há um templo no universo, e este é o corpo do homem. Nada é mais sagrado do que esta forma elevada.” Novalis

Na cultura ocidental, o corpo foi relegado a um lugar secundário a serviço da mente racional. A Medicina ocidental estudando sob cadáveres, encontrou órgãos que funcionam como máquinas, separando mente do corpo e corpo das emoções. Na Medicina Tradicional Chinesa, o estudo sob corpos vivos, fez a energia vital comparecer no entendimento da unidade humana, tornando-se uno: corpomente emocional e espiritual.
As consequências de um pensamento separativista fez do corpo uma entidade estranha e alheia ao Ser Humano, sem nenhum ou pouco contato com seu sentir. O culto à insensibilidade fez com que grandes intelectuais e cientistas avançassem no campo tecnológico. O perigo aconteceu quando faltou coração para perceber que algumas descobertas ameaçavam a Humanidade. A “irracionalidade” coube para os artistas, loucos e irresponsáveis, o Dom da sensibilidade marginalizada. Ou é um luxo para poucos ou é uma perda de tempo.
A mente mente quando está sozinha, porque é apenas uma parte da realidade. O corpo foi usado como se fosse um carro para se locomover de um lado para outro. Quando muito, existe a preocupação com a estética, ainda assim de fora para dentro.
O corpo sintetiza a razão e a emoção, conta histórias que a mente perdeu na memória, resgata o ser essencial. Quanto mais contato com o corpo mais expressamos nossa alma. A consciência é que abre a porta para uma maior intimidade e apropriação de si. Quando as emoções não são expressas e elaboradas devidamente, o corpo enrijece, adoece ou deprime.

Níveis de Consciência das Emoções

“Você não pode curar o que você não pode sentir.” – Carl Gustav Jung

Segundo C. Steiner, existem seis níveis de consciência das emoções:

1. Insensibilidade – Opera na negação da emoção e na primazia da razão. Quando é perguntado sobre um sentimento a pessoa emite um julgamento. Não existe contato com o corpo e as emoções.
2. Experiência Primitiva – Surge como uma turbulência emocional. Várias emoções ao mesmo tempo acometem o indivíduo, que despreparado se perde e se aflige com este estado.
3. Somatização – O corpo sofre através de mal estares e doenças o que amente não cosneguiu elaborar ( e que não houve exp[ressão). Assim, uma tristeza sai em forma de resfriado, uma raiva por uma dor de estômago e um medo por um torcicolo, por exemplo.
4. Diferenciação – Já é possível nomear as sensações e saber o que fzer com elas. No início, a distinção entre agradável ou desagradável. Aos pouco, as diferentes nuances emocionais podem ser expressas em concordância com sua intensidade e repertório de possibilidades de ação.
5. Empatia – Porque conhece e compreende suas emoções, a pessoa pode sentir junto o que o outro está sentindo, facilitando a comunicação, a compreensão e a compaixão.
6. Interatividade emocional – Além de sentir junto, saber o que fazer com a emoção do outro, respeitando a simpróprio e apoiando o outro com amor e inteligência.

A consciência das emoções varia o tempo todo. Em determinada situação pode-se estar insensível e em outro interativo. Existe uma capacidade auto-regulatória de nosso organismo emocional que se assemelha ao físico. Da mesma forma que quando não suportamos a dor, desmaiamos, quando não estamos prontos a sentir, sublimamos ou ficamos insensíveis. É uma sabedoria corporal inconsciente. O que é bom é atentar ao que precisa ser atualizado Se você sempre é insensível ou se somatiza sempre, é hora de se oferecer espaço e permissão para sua evolução Da mesma forma que água parada dá mosquito, energia parada no nosso corpo causa dores e doenças.
Num corpo enferrujado a energia não flui. Um corpo flexível consciente e livre abre canal para a chegada, a presença e a expressão da alma. Repletos de energia vital, a condução desta vai se dar através da força da intenção. A mesma energia que é usada para rezar , estudar ou trabalhar é usada para se divertir ou fazer amor.
Reconhecer que nosso corpo é alma em movimento, é preencher cada célula de significado de porquê estamos encarnados. O sentido da vida aparece na unidade que é ser humano, e se traduz em felicidade quando a percepção se amplia para o Todo maior no qual estamos inseridos.
Sílvia Rocha - (Agosto de 2004)

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