sexta-feira, 1 de maio de 2009

Neurose Urbanas -

NEUROSES URBANAS

"Se havia algo no ar, se havia algo no vento, se havia algo nas árvores e arbustos que podia ser pronunciado e que num determinado tempo foi ouvido pelos animais, que este Conhecimento Sagrado nos seja devolvido outra vez." ATHARVAVEDA

Asfalto cobrindo o chão, prédios escondendo o céu, fumaça ventilando o cérebro, buzinas assustando o coração, apartamentos-gaiolas, horas marcadas, ritmos acelerados, agendas lotadas, correria, prazos e atrasos. E ainda o noticiário alertando: Violência!
Há como ser feliz e saudável numa cidade grande?
Afastados da natureza e próximos à mecanicidade do dia-a dia, cada vez mais pessoas estão sendo surpreendidas por doenças físico-emocionais causadas pela insanidade da vida urbana.
Neuroses são um desequilíbrio organísmico, onde o ser humano pára de se expressar de uma forma natural e autêntica, perdendo o contato com suas necessidades e potencialidades. É como ficar horas em frente ao computador sem perceber que se está com fome. O neurótico não se renova, fica cristalizado e se perde de si mesmo.
Tipos de neurose e mal-estares:
Síndrome do pânico – conjunto de sintomas que deflagram um medo generalizado acompanhado de uma sensação de ameaça da vida urgente.
Estados obssessivos-compulsivos – Tentativa de através de atos controlar a realidade, por falta de confiança interna.
Distúrbios de ansiedade – antecipação do momento seguinte, impedindo viver plenamente o presente. Há uma pré-ocupação de saber como vai ser o depois e o que fazer. Há enorme desgaste com pensamentos catastróficos e tentativas de prevení-los.
Stress – Todo organismo precisa de stress para se movimentar e agir, com intervalos de repouso e descanso. O stress exacerbado com momentos raros de parada criam um estado constante de tensão e vigília que tiram o fôlego e abrem portas para doenças.
Depressão – A não expressão da raiva e da tristeza, cria um estado auto-destrutivo de auto-flagelação motivada pela culpa. A energia vital pára de circular e estagnada, cria um peso e falta total de vontade de viver.
Solidão – Mesmo cercado de muitas pessoas, a carência de relacionamentos íntimos e verdadeiros machuca e tem sido um fantasma da desconfiança.
Na natureza, encontramos uma enorme fonte de recursos para a nutrição psicológica. O movimento harmônico natural nos abençoa se paramos para contemplar o vôo de um pássaro, o vento nas árvores, o som das ondas do mar, a força das montanhas. A natureza se oferece o tempo todo. O ser humano é que está cego para o simples e óbvio. Estar presente nela, renova as forças, amplia os horizontes, cura e previne.
E ao se re-identificar com a natureza pode-se ainda descobrir que os recursos estão todos dentro si. E a busca se voltar para encontrar dentro o que está faltando.
Para quem tem medo - proteção e segurança
para ansiedade, obssessão, e tensão - relaxamento e confiança
para depressão - aceitação, alegria e movimento
para quem se sente só - encontrar em si, uma excelente companhia e irradiar amor e alegria, atraindo pessoas para um contato real.
Viver bem na cidade é uma arte e um desafio. Para isto fica um convite: Que tal você se levar para um passeio real ou mental pela natureza, para contactar a fonte que alimenta de serenidade e saúde? Lembrando que somos natureza e mergulhar em si mesmo nos faz curar de qualquer desequilibrio. Redescobrir a vida com criatividade e beleza é a expressão de uma paisagem interna saudável e a possibilidade de viver em harmonia consigo, com os outros e com o mundo.
Sílvia Rocha (janeiro de 2004)

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