sábado, 2 de maio de 2009

Educação Emocional

EDUCAÇÃO EMOCIONAL

“Nenhuma teoria ou ciência do mundo
ajuda tanto uma pessoa quanto um outro ser humano
que não tem medo de abrir o coração para o seu semelhante.”
Elizabeth Kubler Ross

Possuímos pelo menos sete inteligências: verbal, lógico-matemática, espacial (dos arquitetos e engenheiros), cinestésica (dos atletas e bailarinos), musical, intra-pessoal e interpessoal. Estas duas últimas se caracterizam a inteligência emocional. Acontece que em nossa educação formal valorizou-se muito as duas primeiras, seguindo moldes de nossa cultura cartesiana e racionalmente científica. Profissionalmente falando também fomos educados para sabermos das coisas e não sentirmos ou intuirmos. Demonstrar emoções pode ser considerado anti-profissionalismo ou fragilidade.
Esta época já acabou. Agora um líder de uma empresa precisa saber muito bem se relacionar com outros, saber ouvir, ter empatia, criar um clima de cooperação e ser aberto à inovação e à criatividade de um trabalho de aprendizagem em equipe. Não um líder tipo show man vendedor de ilusões, que motiva seus funcionários de fora pra dentro dando prêmios e pontos; mas um ser humano capaz de ser humano compartilhando seus sonhos, dúvidas e incentivando os outros a se expressarem com a mesma transparência. Tamanha honestidade emocional exige uma segurança interior e intimidade com suas verdadeiras emoções.
Como recuperar esta espontaneidade já que crescemos num ambiente cheio de proibições de expressão emocional?
Em primeiro lugar é preciso reconhecer que o emocional não é menor que o racional. Segundo C. G. Jung temos quatro tipos de contato com a realidade: pela razão, emoção, intuição e a percepção sensorial. E segundo Pierre Weil quatro formas de conhecimento da realidade: a partir da percepção sensorial e da razão temos a ciência. Pela razão e intuição temos a filosofia, pela sensação e a emoção temos a arte. E a emoção e a intuição nos levam às tradições espirituais. Portanto emoção e intuição são também canais de conhecimento.
As emoções básicas de raiva, medo, tristeza e alegria são reações ao estado essencial do ser humano que é o amor. Quando eu sinto o meu amor invadido eu tenho raiva, quando eu sinto o meu amor ameaçado eu sinto medo, quando eu perco o meu amor eu me entristeço e quando eu compartilho o meu amor eu me alegro. A educação emocional começa quando eu consigo saber o que eu estou sentindo e dou nome à emoção. O próximo passo é eu procurar a melhor forma de expressá-la. Eu paro e penso a melhor forma de agir. Isto é inteligência emocional.
Para a educação de crianças é bom aproveitar o momento em que a criança está sentindo e reconhecer uma boa oportunidade de aproximação. Dar espaço para que ela se expressa e legitimar confirmando seus sentimentos: “Isto que você está sentindo é raiva”. “Você pode socar uma almofada ou chutar uma bola, mas não pode bater no seu colega.” A raiva é uma emoção forte que impulsiona pra frente, para conquistas e defesa do território. Não precisa ser manifesta em forma de violência ou agressão. Se reprimida pode causar doenças se alimentada também. Uma vez expressa de forma adequada, ela tende a ir embora.
A razão pertence ao nosso estado adulto assim como as emoções pertencem ao nosso estado criança. Contactar a criança interior é a chave para um maior contato com as emoções. Você pode ser o seu próprio reeducador emocional, dando permissão a si mesmo de voltar ao seu próprio lar que é sentir seu coração. Chorar quando se está triste, dar limites quando sente raiva, proteger-se quando sente medo. Ao liberar-se de quaisquer emoções que estejam apertando seu corpo, ele se expande e relaxa para viver a alegria que é estar pleno e confiante no fluxo do amor.
Sílvia Rocha - (fevereiro de 2004)

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